O saldo comercial do primeiro bimestre registrou déficit de US$ 6,18 bilhões após o mês de fevereiro amargar o pior resultado desde o começo da série histórica, com o resultado negativo de US$ 2,12 bilhões. Enquanto as exportações tiveram queda 3,4% no conceito de média diária sobre o primeiro bimestre de 2013, as importações caíram apenas 1,4%. Impediu pior resultado a antecipação da colheita de soja, que contribuiu com embarques no valor de US$ 1,4 bilhões, um aumento de 158,6% frente aos dois primeiros meses de 2013. Por outro lado, os desembarques de bens de consumo duráveis tiveram incremento de 14,1% pelo mesmo conceito.
A chamada conta petróleo registrou déficit de US$ 3,6 bilhões contra US$ 4,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O bom desempenho das vendas externas de petróleo e óleos combustíveis tende a minimizar o impacto da crescente necessidade de acionamento das usinas térmicas. A perspectiva de safra recorde de alguns produtos e de desaceleração da economia chinesa tem pressionado o preço das principais commodities exportadas pelo Brasil, que tiveram forte queda: milho (-30,1%), açúcar (-18,0%), carne de frango (- 12%), soja (- 7,6%), petróleo bruto (- 4,5%) e carne bovina (- 4,5%). Nem mesmo a desvalorização do câmbio médio tem sido suficiente para dar folego à indústria. As exportações de bens industrializados caíram 6,1%. A crise pela qual passa a Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil e grande importador de manufaturados, acentua esse problema. Os fatores que sustentaram a balança comercial e o acúmulo de reservas até 2012 perderam força. Após o péssimo resultado de 2013, o sinal de alerta permanece ligado para este ano.