Ainda faltam três semanas para a Páscoa, mas já é possível afirmar que a celebração pesará mais no bolso do brasileiro neste ano. Os produtos normalmente mais consumidos nesta época do ano – peixes e chocolates – estão bem mais caros. Segundo o levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), os chocolates em barra e bombons já tinham subido 10% nos últimos 12 meses até fevereiro – mais do que a inflação média (7,7%) -, o que poderá se refletir no preço final dos ovos. O preço dos peixes, por sua vez, subiram 10,2%, em média, no mesmo período. A pesquisa foi realizada com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dos 20 tipos de peixes pesquisados, 11 apresentaram alta acima da inflação média, com destaque para a merluza, que teve a maior alta nos últimos 12 meses, 24,5%, seguido pelo badejo (21,0%). Por outro lado, apresentaram menor elevação ou queda no período os preços da sardinha (4,9%), da tilápia (-6,3%), da castanha (-2,5%) e do pintado (-0,6%). O salmão, peixe cada vez mais presente na mesa do brasileiro, também apresentou alta abaixo da inflação (5,1%), porém, a assessoria econômica da FecomercioSP ressalta que, por se tratar de um alimento importado (mais sujeito à variação do dólar, portanto), o valor poderá subir mais até a Ceia Pascal.
Além disso, batata, cebola e tomate, que costumam figurar como acompanhamentos nas refeições da Páscoa, estão entre os itens que vêm apresentando maior alta de preços. O preço médio da batata-inglesa subiu 56,9% no acumulado de 12 meses até fevereiro. A cebola e o tomate, por sua vez, subiram 23,6% e 18,0%, respectivamente, no mesmo período.
Os paulistanos também terão de driblar a alta dos preços. Assim como observado no Brasil, os chocolates ficaram mais caros na capital paulista, com aumento de 11,5% nos últimos 12 meses até fevereiro. Os produtos da linha de pescados, por sua vez, tiveram alta média de 15,2%, novamente com destaque para a merluza: 29,9% mais cara. O consumidor paulistano, no entanto, poderá optar por itens mais em conta, que apresentaram menores porcentuais de aumento, como o salmão (5,6%), a sardinha (7,3%), o cação (12,7%) e a pescada (15,5%) – os dois últimos com alta superior à inflação média. Em São Paulo, os preços da batata-inglesa, tomate e cebola subiram, respectivamente, 42,2%, 16,8% e 11,2%.