Dezenas de empresários, empreendedores e profissionais liberais de Osasco e Região estiveram na noite desta quinta-feira, 21/03, na ACEO, para o Painel Reforma Tributária – O que muda na vida do Empresário.
O evento contou com a participação do presidente da ACEO, Marcos Atchabahian; do CEO da Crowe Macro no Brasil, Marcelo Lico; e do Consultor de Tributos e sócio da Crowe Macro no Brasil, Thiago Santana, e foi transmitido ao vivo pelo canal da ACEO no YouTube.
Uma das metas da atual gestão da ACEO é oferecer informação de qualidade para auxiliar os empresários a tomarem boas decisões e colocar seus negócios no rumo certo. Essa primeira iniciativa deve ser repetida mais vezes, segundo os organizadores.
Alta complexidade
Sobre o assunto, o presidente da ACEO, Marcos Atchabahian, destacou que a lei que existe hoje é complicada e “beira o manicômio”.
“Ela é de difícil entendimento, difícil aplicação, difícil execução. Por mais que você queira fazer as coisas corretas, dificilmente você atinge o objetivo. A complexidade é muito alta”, explicou.
“Se essa reforma puder simplificar e melhorar o dia a dia dos contribuintes, já é um avanço. Eu não tenho a ilusão de achar que a carga tributária vai permanecer. Acho que ela vai subir. Mas simplificando a operação, já é um avanço”, continuou.
Para Marcelo Lico, essa Reforma Tributária vai mudar bastante a vida dos empresários, das empresas e pessoas físicas. Ele falou sobre algumas mudanças nas regras.
“Essa primeira etapa, na essência, unificou alguns tributos e padronizou a apuração. Com certeza alguns setores serão beneficiados, principalmente industriais, a meu ver. E outros terão problemas, como o de serviços”, avaliou.
Já Thiago Santana lembra que o tema é espinhoso e que a reforma mexerá no bolso dos empresários. “Existe uma carga tributária invisível, que é o preço e o custo que o contribuinte tem para apurar o imposto e prestar contas ao fisco. É uma carga muito grande”, diz.
E continuou: “Entretanto, no nosso modelo atual, qualquer coisa que for mudada é melhor do que o que temos hoje”, avaliou.
Preparados para as mudanças
Mas como o pequeno e médio empresário devem se preparar para essas mudanças?
Para os especialistas, vai depender do estágio em que o empreendedor está, se tem a contabilidade em dia, se tem a gestão do caixa da empresa.
“Empreendedor com gestão de governança de seu negócio e que já está habituado, já está na vanguarda do processo”, diz Thiago Santana.
“A recomendação para o empresário é que ele precisa estruturar sua empresa”, continuou.
Ainda, segundo ele, o empresário precisa ter noções básicas de contabilidade, saber sua função e sua importância para o negócio.
“Investir em treinamento e preparação do time interno. E caso não tenha condição, procurar uma assessoria para fazer essa gestão”, emenda.
Outras participações
Também presentes ao evento estavam os advogados e professores especializados em direito tributário Dra. Maria José Soares Bonetti – presidente da OAB Osasco – e Dr. Luiz Francisco Lippo. Eles afirmaram ser contra a maneira como a reforma está sendo feita.
Entre os motivos está a perda de arrecadação dos municípios. “Haverá, sim, perda de arrecadação. Somos uma federação que deveria fazer com que o município, que é onde o cidadão mora se fortaleça com a arrecadação. E com essa reforma nós estamos tendo o contrário: o fortalecimento da arrecadação está voltado para a união”, avaliou Dra. Maria José.
Ela destacou também que a reforma, ao invés de diminuir a complexidade das operações, vai aumentar, além de onerar ainda mais o empresário que precisará ter maior estrutura para operar com os dois modelos tributários, o antigo e o novo.
Assunto de convergência entre os presentes foi a recomendação aos empresários que têm a intenção de fazer sucessão ou transmissão de bens. Para os especialistas, sucessões, transmissão de bens e outras operações similares devem ser feitas o quanto antes porque o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) irá aumentar substancialmente.